“Cause all wanted to
say was something real
All I want you to know
is how I feel
All I wanted to give
was my heart
But I’m stuck here at
the start.”
“Porque tudo que eu
queria te dizer era algo real
Tudo que eu quero que
você saiba é como eu me sinto
Tudo que eu queria
dar era meu coração
Mas estou presa aqui
no começo.”
Mio
acordou sábado de manhã. O quarto em que estava era extremamente pequeno, com
paredes de madeira cheias de buracos e uma janela com o vidro quebrado. Encostado
em uma das paredes, havia um colchão de solteiro, fino e todo rasgado, duro.
Dois travesseiros finos e rasgados, igualmente duros e sujos. Havia na parede
dos pés do colchão duas pilhas de roupas, e três sapatos. E havia uma porta de
madeira, que dava acesso ao banheiro. Um lugar pequeno, feito de tijolos
quebrados. Havia uma pequena parte pra tomar banho, um sanitário e uma pia com
um armário acima, com o espelho quebrado.
Respirou
fundo, deixando sua irmã mais velha dormindo no colchão que dividiam, e foi até
ao banheiro. Deveria aproveitar o último dia de água e energia antes que
viessem cortar, – coisa que aconteceria naquele mesmo dia – então tomou um
longo banho quente, e lavou-se muito bem, queria estar no mínimo aceitável para
poder ir na casa do Yamashita fazer o trabalho, assim como combinaram.
Escovou
os dentes, aliás, não teria nada para comer mesmo, e em seguida colocou uma
lingerie, e depois procurou pela melhor roupa que tinha. Uma saia jeans
desbotada e curta, e uma regata de um tecido fino e fresco, em tom lilás, e nos
pés, uma rasteirinha velha. Penteou os cabelos ruivos, e em seguida, abaixou-se
perto da irmã.
–
Onee-chan, irei sair... Vou ir na casa de uma amiga fazer um trabalho e
provavelmente vou dormir lá. – Disse, e pegou uma de suas bolsas velhas, e
colocou uma muda de roupas dentro da mesma.
–
Cuide-se no caminho, hun? – A menina de cabelos negros e olhos castanhos
sentou-se, dolorida. – Ah, vejamos... – Ela mexeu no bolso do short jeans. –
Aqui, leve com você. – Comentou, entregando cinco reais para a garota. – Compre
algo para comer.
–
Mas... – Iria contradizer, mas viu que a irmã não estava boa para ficar
discutindo, então apenas apanhou o dinheiro. – Tudo bem!
Saiu de
casa apressada, e correu até a sorveteria que havia ali por perto, a umas três
quadras de distancia, onde haviam marcado de se encontrar. Paradas ali na
frente, reconheceu duas meninas da sua escola. Kai, sua amiga, vestia um short
jeans com detalhes rasgados, curto e desbotado, e uma blusinha tomara que caia
florida, com os cabelos amarrados. E a tal de Yoko também estava ali, um tanto
mais distante. Usava uma saia mais curta que a sua, e rodada, deixando as
pernas pálidas e bonitas a mostra, e uma regata preta, com uma rasteirinha nos
pés.
– Mio!
– Kai disse, e foi abraçar a amiga. – Nee, você teve sorte de ter ficado no
grupo de Teru e de Yuki! – Comentou a de cabelos castanhos. – Eu tenho medo do
Matsumoto-san, Suzuki-san e Masashi-san!
– Oh,
você tem medo de nós, então? – Uma voz rouca soou bem pertinho de seu ouvido, e
ela podia sentir o calor do corpo de alguém logo atrás de si. Era o menino de
faixa, Akira.
– N-Não
foi isso que eu quis dizer, Suzuki-san! – Desculpou-se, curvando o corpo numa
curta reverencia. – Bom dia!
– Bom
dia. – O baixinho que estava mais atrás disse, passando as mãos de leve sobre o
cabelo arrepiado.
– Bom
dia Kai, Mio. – Yuki e Teru disseram juntos, e logo respiraram fundo. – Vamos
indo Mio? Yutaka já está na minha casa esperando.
–
Claro. – Concordou e virou-se para Kai. – Até logo!
– Até!
– Acenou, e cada uma foi em direções opostas, seguindo o seu grupo.
E Yoko
ficou ali, cerca de meia hora, esperando o seu grupo. E nada! Kamijo, Kouyou e
Yuu davam medo nela, e por isso ela havia ficado ali, esperando-os, com medo de
que mais tarde eles aparecessem e não encontrassem-na ali. Quando deu por volta
de uma hora da tarde, por fim, eles apareceram. Yuu se aproximou, deixando os
amigos mais atrás.
– Está
aqui desde que horas? – Perguntou, a voz seca e fria, o que fez a Hashirama
tremer dos pés à cabeça.
–
S-Sete! – Disse rapidamente, e viu o moreno suspirar, balançando a cabeça
negativamente. – Acho que vim cedo de mais!
–
Não... Nos desculpe pelo atraso. – Takashima se aproximou, e respirou fundo. –
Yuu pegou no sono junto com Kamijo, e eu, ao invés de acordá-los, dormi também.
– Explicou-se Kouyou. – Não irá acontecer novamente!
– Não
se preocupem. – Yoko sorriu de leve, e respirou fundo, passando as mãos nos
cabelos. – Vamos, então?
– Que
tal tomarmos um sorvete antes de irmos? – Kimijo perguntou, olhando a hora no
celular luxuoso. – Ainda é cedo!
– Eu
topo! – Yuu disse, animado. Aliás, amava sorvete.
– Por
mim tudo bem. – Concordou Kouyou, e riu de leve. – E você, Yoko?
– Ah,
tudo bem... – Balançou a cabeça positivamente, mesmo que estivesse sem
dinheiro.
Entraram
na sorveteria, e logo sentaram-se em uma mesa, discutindo de como o trabalho
seria feito. Kouyou geralmente ria das piadas irônicas que Kamijo fazia. Apesar
de misterioso e fechado, o Yuuji era extremamente humorado, e também critico.
Logo o garçom chegou até eles.
– O que
desejam? – Perguntou, sério, olhando para os quatro presentes na mesa.
– Eu
quero uma banana split. – Kamijo disse, lhando o cardápio rapidamente, e
mexendo nos cabelos.
–
Sorvete de menta com chocolate, e chantili! – O Takashima disse animado, e o
garçom sorriu. Kouyou sempre que ia ali pedia as mesmas coisas.
–
Sorvete de passas ao rum, e uma água mineral. – Aoi observou o cardápio por um
curto momento.
– Com
ou sem gás? – Perguntou o garçom, sem retirar os olhos do bloco de papel.
– Sem. –
O moreno disse, e coçou de leve a nuca. – E você, Yoko?
– N-Nada! – Ela disse
prontamente, e sorriu de leve na direção do Shiroyama. Mas sua barriga
demonstrou que estava com fome.
–
Peça, eu pago! – Kamijo disse prontamente, e a menina, cedendo, procurou algo
no cardápio.
–
Salada de frutas com sorvete de morango. – Pediu baixinho, levemente corada.
Comeram
lentamente, conversando sobre banalidades do dia-a-dia, e nesse meio tempo Yoko
descobriu que Yuu. E ela não o julgou, aliás, gostava tanto de homens quanto de
mulheres. Também descobriu que ele e o Takashima tinham um pequeno caso, que a
maioria das pessoas da escola desconheciam. Ela não importava-se com aquilo,
aliás, até achava o modo que os dois se tratavam fora da escola fofo.
Por
fim, seguiram caminho em direção à casa de Kamijo, que era a mais perto, e
fariam o trabalho lá. Terminariam neste fim de semana, por este motivo que
Yoko, Kouyou e Yuu dormiriam lá. Aproveitariam que os pais de Kamijo estavam
viajando, e estava apenas ele e os empregados em casa. Pois de acordo com o
Yuuji, seus pais eram chatos de mais, e odiava o fato de eles, além de chatos,
serem controladores.
– Mas e
você, Yoko... Mora com quem? – Perguntou Yuu, enquanto estavam sentados a mesa
grande, fazendo algumas anotações para o trabalho.
– Eu
moro praticamente sozinha. – Ela riu, amargurada. Sua mãe havia lhe largado ali
assim que fez dez anos. – Mas o filho do meu vizinho me ajuda no que pode!
–
Entendi. – Yuu disse, e bocejou. – Deve ser um saco morar sozinha, acertei?
– Por
um lado, sim! – Ela sorriu e deu de ombros. – Por outro... Ninguém me impede de
fazer o que quero.
– E
quais, exatamente, são os lados ruins? Nunca fiquei sozinho em casa! –
Resmungou Kouyou, contrariado, e recebeu um leve selinho de Yuu no bico que
havia feito.
– No
meu caso... Bom... – Pensou o que falar, aliás, não poderia contar “tudo” o que
era ruim. – Não ter ninguém pra conversar, pra cuidar de mim e esse tipo de
coisas.
– Ah,
hai. Entendi. – Disse, pensativo, e voltou a escrever o texto do trabalho. –
Nee, Yuu...
– Huh?
– Perguntou o moreno, que rabiscava algumas coisas. – O que foi, Kou?
–
“Êxito” se usa em que sentido? – Perguntou, parecendo pensar arduamente para
uma pergunta tão simples.
– Kou,
andou faltando aula de português? – Revirou os olhos, espiando o que o garoto
escrevia. – No sentido de sucesso.
– Ah,
entendi. – Voltou a escrever rapidamente, tão rapidamente que apavorava Yoko.
– Vocês
já pensaram em arrumar apelidos? – Yoko perguntou, enquanto fazia os desenhos
no cartaz. – Ficar se chamando pelo nome é tão... Cansativo.
– Como
o que, por exemplo? – Perguntou Kamijo, gostando da ideia.
– Por
exemplo, poderíamos abreviar Kamijo apenas para Kami. – Sorriu de leve, pegando
uma folha de papel e escrevendo. – Kami, no sentido de Deus!
–
Interessante... – Kamijo analisou o que a menina falará, e realmente era
interessante.
– Hun...
Yuu gosta muito de azul, por isso, Aoi. – Disse, anotando abaixo o apelido dado
para o Shiroyama.
– E
Kouyou por parecer uma criança, Uruha! – Sorriu, triunfante ao ter conseguido
os apelidos. – Que quer dizer algo como amável, adorável, encantador!
– Você
é boa com isso... Uke que irá gostar de tal coisa! – Yuu riu, lembrando-se que
o amigo odiava que lhe chamassem de Uke. Apelidaram-no de Kai no primário, mas
já estava ficando cansativo.
–
Poderiam chamá-lo de Yuta! – Pensou um pouco, voltando a desenhar no cartaz.
[...]
Já Kai,
estava na companhia de Miwa e Akira na casa espaçosa e grandiosa de Takanori.
Faziam o trabalho sem falar muito, aliás, Mio continuava com medo daqueles
garotos que pareciam extremamente durões e grossos, mas, ela enganava-se cruel
e friamente. E teve a prova disso quando o Matsumoto entrou, saltitando no
quarto, que era onde estavam.
–
Querem comer algo? Estou com fome! – Disse, ainda saltitando pelo quarto,
fazendo Miwa soltar um riso baixo.
– Esta
parecendo uma bailarina, Ruki! – Comentou, e riu ainda mais. – Baixinha,
pequena, delicada e feminina.
–
Feminina é o teu pau, caralho. – Ruki disse, fazendo Akira rir, mas logo
lembrou-se de Kai. – Ah, desculpe pelas palavras.
– Nee,
não se preocupe. Minha mãe vive resmungando palavrões dentro de casa. – Coçou
a nuca de leve, e voltou a escrever.
– Hai
hai, agora largue esse trabalho e vamos comer! – O baixinho disse, animado,
tentando puxar Kai de onde estava.
– N-Não
estou com fome, Matsumoto-san! – Resmungou, fazendo um pequeno bico, mas logo
notou o baixinho emburrar-se. – Ok! Comeremos, então.
– Woah,
sabia! – Ruki saiu saltitando e puxando a ruivinha pela casa, até chegarem na
sala.
Kai sentiu-se até intimidada com tamanha quantidade de comida apenas para eles
quatro, ou melhor, seis, já que a mãe e o pai do baixinho logo apareceram, se
juntando ao grandioso almoço. A mãe de Takanori se chamava Kimidori, tinha
longos cabelos castanhos, puxados para o mel, pele pálida e olhos negros. E o
pai de Takanori era o senhor Akai, seus cabelos eram pretos e olhos chocolates.
E logo apareceu mais uma menina, cabelos negros e olhos verdes, seu nome era
Yui, irmã do Matsumoto.
–
Ru-kun! – Chamou a baixinha, que devia ter cerca de seus oito anos de idade. –
Ela é sua namorada? – Perguntou com os olhos brilhando enquanto apontava para a
Namae.
–
Mãe... Olha o que a Yui fica falando! – Takanori disse, olhando de modo
implorativo para sua mãe.
– Mas
Ruki, Kai é tão bonitinha... Eu também estava curiosa para saber isso! –
Resmungou manhosa a senhora Kimidori, este lado Ruki puxará a mãe, obviamente.
– Ah,
obrigada pelo elogio, senhora Matsumoto. – Disse educadamente, sorrindo e
levemente corada.
– Nee
Ru-kun! – A menininha, Yui, ditou, irritada.
– O que
foi, Yui? – Perguntou Takanori, já estressado com a irmã mais nova. Estava
pagando o maior mico da história.
– Case-se
com Kai! – Disse, animada enquanto remexia-se na cadeira.
– Yui!
– Repreendeu o Matsumoto. – Eu e Kai nos conhecemos segunda, não podemos casar!
– Mas
logo vão poder. – Incentivou Kimidori, rindo das bochechas coradas de Kai e
Takanori.
[...]
Já Mio,
Teru, Yuki e Yutaka mais riam, comiam e se divertiam do que faziam o trabalho.
De fato, Kai agradeceu por ter ficado naquele grupo, já que eram os únicos que
conhecia – mesmo não conhecendo Yutaka antes – e achava-os extremamente legais,
o que fazia a menina animar-se com a ideia de seus primeiros amigos na escola.
– Nee,
Yutaka-san! – Chamou Mio, enquanto estavam sentados em um circulo, na sala,
conversando. – Por que não gosta de ser chamado de “Uke”?
– Mio, Mio... Você é realmente muito inocente. – Yuki disse, e riu baixinho, deixando
a menininha confusa.
– Uke é
um termo usado para o passivo, em relações. No primário, aconteceu de Yutaka
sem querer receber um beijo de um garoto, e começaram a chamá-lo de Uke no
sentido malicioso, por causa disso. – Explicou Teru, entre risos baixinhos.
–
Woah... Entendi! – Sorriu, e em seguida Teru e Yuki se levantaram, indo no
quarto buscar as coisas para o trabalho. – Yutaka-san, você já recebeu beijo de
um menino, né? É bom?
– Quer
sentir como é, Mio? – Perguntou, e ficou ajoelhado na frente da garota, que
estava sentadinha no chão e encostada no sofá.
– Hai!
– Disse, e logo sentiu o moreninho de covinhas se aproximar.
Ele
tocou os lábios macios e gostosos no dela. Tinham gosto de maçã verde, anotou
ela em pensamento. Logo sentiu o garoto mover os lábios sobre os seus, e a
língua contorná-los, e ela então, imaginou que deveria fazer – e como relataram
várias vezes à ela – abriu os lábios, deixando a língua dele passar para dentro
de sua boca. Era macia, e dava uma sensação parecida com cócegas, mas não
chegava a ser isso. O beijo aprofundou-se, e ele movia a língua sobre a dela,
que arriscava algumas vezes mover a sua, mesmo que de modo desajeitado. E logo
se afastaram, com Mio levemente corada e Yutaka sorrindo.
– E
então, é bom, Mio-chan? – Perguntou, com uma voz em um tom totalmente
diferente, sussurrado.
–
Muito! – Sorriu, levemente, e assim que ouviu passos o garoto se afastou,
sentando. – Tem gosto de maçã verde e é quente!
– Ah,
sério? – Uke corou levemente, e coçou a nuca, sorrindo.
– O que
tem gosto de maçã verde? Eu quero! – Teru apareceu, com as cartolinas em mão e
sentou-se. – Diz, eu quero!
– Não
pode! Vá comer uma maçã verde, se quer sentir gosto de maçã verde. – Disse o
Yutaka, corado.
–
Malvado! – Resmungou Teru, emburrado e logo começaram a fazer o trabalho.
Malditos
gostos de maçã verde e saliva quente, deliciosos, que não saiam de sua boca por
nada que fizesse. Ah sim, maldito beijo de Yutaka!
Notas Da Autora:
Mais um capitulo. *-* Shipper indefinido, ainda. Mas o primeiro beijo da fanfic - e da Kai - aconteceu. *-* Omg, acho que eu adoraria ser beijada pelo Uke. *-* Aliás, não chamarei o Yutaka de Kai, porque se não vai ficar muito "Kai" e eu vou me perder. u_u Obrigada a Saki Ryuugu por seguir o blog. <33 Até mais. Fui reler o capitulo, e vi que tinha alguns erros, e vi que acabei mudando Mio e Kai, destroquei agora. u_u UAHSAHS'