segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Capitulo 2 - What I Wanted to Say


“Cause all wanted to say was something real
All I want you to know is how I feel
All I wanted to give was my heart
But I’m stuck here at the start.”


“Porque tudo que eu queria te dizer era algo real
Tudo que eu quero que você saiba é como eu me sinto
Tudo que eu queria dar era meu coração
Mas estou presa aqui no começo.”



            Mio acordou sábado de manhã. O quarto em que estava era extremamente pequeno, com paredes de madeira cheias de buracos e uma janela com o vidro quebrado. Encostado em uma das paredes, havia um colchão de solteiro, fino e todo rasgado, duro. Dois travesseiros finos e rasgados, igualmente duros e sujos. Havia na parede dos pés do colchão duas pilhas de roupas, e três sapatos. E havia uma porta de madeira, que dava acesso ao banheiro. Um lugar pequeno, feito de tijolos quebrados. Havia uma pequena parte pra tomar banho, um sanitário e uma pia com um armário acima, com o espelho quebrado.
            Respirou fundo, deixando sua irmã mais velha dormindo no colchão que dividiam, e foi até ao banheiro. Deveria aproveitar o último dia de água e energia antes que viessem cortar, – coisa que aconteceria naquele mesmo dia – então tomou um longo banho quente, e lavou-se muito bem, queria estar no mínimo aceitável para poder ir na casa do Yamashita fazer o trabalho, assim como combinaram.
            Escovou os dentes, aliás, não teria nada para comer mesmo, e em seguida colocou uma lingerie, e depois procurou pela melhor roupa que tinha. Uma saia jeans desbotada e curta, e uma regata de um tecido fino e fresco, em tom lilás, e nos pés, uma rasteirinha velha. Penteou os cabelos ruivos, e em seguida, abaixou-se perto da irmã.


            – Onee-chan, irei sair... Vou ir na casa de uma amiga fazer um trabalho e provavelmente vou dormir lá. – Disse, e pegou uma de suas bolsas velhas, e colocou uma muda de roupas dentro da mesma.
            – Cuide-se no caminho, hun? – A menina de cabelos negros e olhos castanhos sentou-se, dolorida. – Ah, vejamos... – Ela mexeu no bolso do short jeans. – Aqui, leve com você. – Comentou, entregando cinco reais para a garota. – Compre algo para comer.
            – Mas... – Iria contradizer, mas viu que a irmã não estava boa para ficar discutindo, então apenas apanhou o dinheiro. – Tudo bem!


            Saiu de casa apressada, e correu até a sorveteria que havia ali por perto, a umas três quadras de distancia, onde haviam marcado de se encontrar. Paradas ali na frente, reconheceu duas meninas da sua escola. Kai, sua amiga, vestia um short jeans com detalhes rasgados, curto e desbotado, e uma blusinha tomara que caia florida, com os cabelos amarrados. E a tal de Yoko também estava ali, um tanto mais distante. Usava uma saia mais curta que a sua, e rodada, deixando as pernas pálidas e bonitas a mostra, e uma regata preta, com uma rasteirinha nos pés.


            – Mio! – Kai disse, e foi abraçar a amiga. – Nee, você teve sorte de ter ficado no grupo de Teru e de Yuki! – Comentou a de cabelos castanhos. – Eu tenho medo do Matsumoto-san, Suzuki-san e Masashi-san!
            – Oh, você tem medo de nós, então? – Uma voz rouca soou bem pertinho de seu ouvido, e ela podia sentir o calor do corpo de alguém logo atrás de si. Era o menino de faixa, Akira.
            – N-Não foi isso que eu quis dizer, Suzuki-san! – Desculpou-se, curvando o corpo numa curta reverencia. – Bom dia!
            – Bom dia. – O baixinho que estava mais atrás disse, passando as mãos de leve sobre o cabelo arrepiado.
            – Bom dia Kai, Mio. – Yuki e Teru disseram juntos, e logo respiraram fundo. – Vamos indo Mio? Yutaka já está na minha casa esperando.
            – Claro. – Concordou e virou-se para Kai. – Até logo!
            – Até! – Acenou, e cada uma foi em direções opostas, seguindo o seu grupo.


            E Yoko ficou ali, cerca de meia hora, esperando o seu grupo. E nada! Kamijo, Kouyou e Yuu davam medo nela, e por isso ela havia ficado ali, esperando-os, com medo de que mais tarde eles aparecessem e não encontrassem-na ali. Quando deu por volta de uma hora da tarde, por fim, eles apareceram. Yuu se aproximou, deixando os amigos mais atrás.


            – Está aqui desde que horas? – Perguntou, a voz seca e fria, o que fez a Hashirama tremer dos pés à cabeça.
            – S-Sete! – Disse rapidamente, e viu o moreno suspirar, balançando a cabeça negativamente. – Acho que vim cedo de mais!
            – Não... Nos desculpe pelo atraso. – Takashima se aproximou, e respirou fundo. – Yuu pegou no sono junto com Kamijo, e eu, ao invés de acordá-los, dormi também. – Explicou-se Kouyou. – Não irá acontecer novamente!
            – Não se preocupem. – Yoko sorriu de leve, e respirou fundo, passando as mãos nos cabelos. – Vamos, então?
            – Que tal tomarmos um sorvete antes de irmos? – Kimijo perguntou, olhando a hora no celular luxuoso. – Ainda é cedo!
            – Eu topo! – Yuu disse, animado. Aliás, amava sorvete.
            – Por mim tudo bem. – Concordou Kouyou, e riu de leve. – E você, Yoko?
            – Ah, tudo bem... – Balançou a cabeça positivamente, mesmo que estivesse sem dinheiro.


            Entraram na sorveteria, e logo sentaram-se em uma mesa, discutindo de como o trabalho seria feito. Kouyou geralmente ria das piadas irônicas que Kamijo fazia. Apesar de misterioso e fechado, o Yuuji era extremamente humorado, e também critico. Logo o garçom chegou até eles.


            – O que desejam? – Perguntou, sério, olhando para os quatro presentes na mesa.
            – Eu quero uma banana split. – Kamijo disse, lhando o cardápio rapidamente, e mexendo nos cabelos.
            – Sorvete de menta com chocolate, e chantili! – O Takashima disse animado, e o garçom sorriu. Kouyou sempre que ia ali pedia as mesmas coisas.
            – Sorvete de passas ao rum, e uma água mineral. – Aoi observou o cardápio por um curto momento.
            – Com ou sem gás? – Perguntou o garçom, sem retirar os olhos do bloco de papel.
            – Sem. – O moreno disse, e coçou de leve a nuca. – E você, Yoko?
– N-Nada! – Ela disse prontamente, e sorriu de leve na direção do Shiroyama. Mas sua barriga demonstrou que estava com fome.
                – Peça, eu pago! – Kamijo disse prontamente, e a menina, cedendo, procurou algo no cardápio.
            – Salada de frutas com sorvete de morango. – Pediu baixinho, levemente corada.


            Comeram lentamente, conversando sobre banalidades do dia-a-dia, e nesse meio tempo Yoko descobriu que Yuu. E ela não o julgou, aliás, gostava tanto de homens quanto de mulheres. Também descobriu que ele e o Takashima tinham um pequeno caso, que a maioria das pessoas da escola desconheciam. Ela não importava-se com aquilo, aliás, até achava o modo que os dois se tratavam fora da escola fofo.
            Por fim, seguiram caminho em direção à casa de Kamijo, que era a mais perto, e fariam o trabalho lá. Terminariam neste fim de semana, por este motivo que Yoko, Kouyou e Yuu dormiriam lá. Aproveitariam que os pais de Kamijo estavam viajando, e estava apenas ele e os empregados em casa. Pois de acordo com o Yuuji, seus pais eram chatos de mais, e odiava o fato de eles, além de chatos, serem controladores.


            – Mas e você, Yoko... Mora com quem? – Perguntou Yuu, enquanto estavam sentados a mesa grande, fazendo algumas anotações para o trabalho.
            – Eu moro praticamente sozinha. – Ela riu, amargurada. Sua mãe havia lhe largado ali assim que fez dez anos. – Mas o filho do meu vizinho me ajuda no que pode!
            – Entendi. – Yuu disse, e bocejou. – Deve ser um saco morar sozinha, acertei?
            – Por um lado, sim! – Ela sorriu e deu de ombros. – Por outro... Ninguém me impede de fazer o que quero.
            – E quais, exatamente, são os lados ruins? Nunca fiquei sozinho em casa! – Resmungou Kouyou, contrariado, e recebeu um leve selinho de Yuu no bico que havia feito.
            – No meu caso... Bom... – Pensou o que falar, aliás, não poderia contar “tudo” o que era ruim. – Não ter ninguém pra conversar, pra cuidar de mim e esse tipo de coisas.
            – Ah, hai. Entendi. – Disse, pensativo, e voltou a escrever o texto do trabalho. – Nee, Yuu...
            – Huh? – Perguntou o moreno, que rabiscava algumas coisas. – O que foi, Kou?
            – “Êxito” se usa em que sentido? – Perguntou, parecendo pensar arduamente para uma pergunta tão simples.
            – Kou, andou faltando aula de português? – Revirou os olhos, espiando o que o garoto escrevia. – No sentido de sucesso.
            – Ah, entendi. – Voltou a escrever rapidamente, tão rapidamente que apavorava Yoko.
            – Vocês já pensaram em arrumar apelidos? – Yoko perguntou, enquanto fazia os desenhos no cartaz. – Ficar se chamando pelo nome é tão... Cansativo.
            – Como o que, por exemplo? – Perguntou Kamijo, gostando da ideia.
            – Por exemplo, poderíamos abreviar Kamijo apenas para Kami. – Sorriu de leve, pegando uma folha de papel e escrevendo. – Kami, no sentido de Deus!
            – Interessante... – Kamijo analisou o que a menina falará, e realmente era interessante.
            – Hun... Yuu gosta muito de azul, por isso, Aoi. – Disse, anotando abaixo o apelido dado para o Shiroyama.
            – E Kouyou por parecer uma criança, Uruha! – Sorriu, triunfante ao ter conseguido os apelidos. – Que quer dizer algo como amável, adorável, encantador!
            – Você é boa com isso... Uke que irá gostar de tal coisa! – Yuu riu, lembrando-se que o amigo odiava que lhe chamassem de Uke. Apelidaram-no de Kai no primário, mas já estava ficando cansativo.
            – Poderiam chamá-lo de Yuta! – Pensou um pouco, voltando a desenhar no cartaz.


[...]


            Já Kai, estava na companhia de Miwa e Akira na casa espaçosa e grandiosa de Takanori. Faziam o trabalho sem falar muito, aliás, Mio continuava com medo daqueles garotos que pareciam extremamente durões e grossos, mas, ela enganava-se cruel e friamente. E teve a prova disso quando o Matsumoto entrou, saltitando no quarto, que era onde estavam.


            – Querem comer algo? Estou com fome! – Disse, ainda saltitando pelo quarto, fazendo Miwa soltar um riso baixo.
            – Esta parecendo uma bailarina, Ruki! – Comentou, e riu ainda mais. – Baixinha, pequena, delicada e feminina.
            – Feminina é o teu pau, caralho. – Ruki disse, fazendo Akira rir, mas logo lembrou-se de Kai. – Ah, desculpe pelas palavras.
            – Nee, não se preocupe. Minha mãe vive resmungando palavrões dentro de casa. – Coçou a nuca de leve, e voltou a escrever.
            – Hai hai, agora largue esse trabalho e vamos comer! – O baixinho disse, animado, tentando puxar Kai de onde estava.
            – N-Não estou com fome, Matsumoto-san! – Resmungou, fazendo um pequeno bico, mas logo notou o baixinho emburrar-se. – Ok! Comeremos, então.
            – Woah, sabia! – Ruki saiu saltitando e puxando a ruivinha pela casa, até chegarem na sala.


            Kai sentiu-se até intimidada com tamanha quantidade de comida apenas para eles quatro, ou melhor, seis, já que a mãe e o pai do baixinho logo apareceram, se juntando ao grandioso almoço. A mãe de Takanori se chamava Kimidori, tinha longos cabelos castanhos, puxados para o mel, pele pálida e olhos negros. E o pai de Takanori era o senhor Akai, seus cabelos eram pretos e olhos chocolates. E logo apareceu mais uma menina, cabelos negros e olhos verdes, seu nome era Yui, irmã do Matsumoto.


            – Ru-kun! – Chamou a baixinha, que devia ter cerca de seus oito anos de idade. – Ela é sua namorada? – Perguntou com os olhos brilhando enquanto apontava para a Namae.
            – Mãe... Olha o que a Yui fica falando! – Takanori disse, olhando de modo implorativo para sua mãe.
            – Mas Ruki, Kai é tão bonitinha... Eu também estava curiosa para saber isso! – Resmungou manhosa a senhora Kimidori, este lado Ruki puxará a mãe, obviamente.
            – Ah, obrigada pelo elogio, senhora Matsumoto. – Disse educadamente, sorrindo e levemente corada.
            – Nee Ru-kun! – A menininha, Yui, ditou, irritada.
            – O que foi, Yui? – Perguntou Takanori, já estressado com a irmã mais nova. Estava pagando o maior mico da história.
            – Case-se com Kai! – Disse, animada enquanto remexia-se na cadeira.
            – Yui! – Repreendeu o Matsumoto. – Eu e Kai nos conhecemos segunda, não podemos casar!
            – Mas logo vão poder. – Incentivou Kimidori, rindo das bochechas coradas de Kai e Takanori.


[...]


            Já Mio, Teru, Yuki e Yutaka mais riam, comiam e se divertiam do que faziam o trabalho. De fato, Kai agradeceu por ter ficado naquele grupo, já que eram os únicos que conhecia – mesmo não conhecendo Yutaka antes – e achava-os extremamente legais, o que fazia a menina animar-se com a ideia de seus primeiros amigos na escola.


            – Nee, Yutaka-san! – Chamou Mio, enquanto estavam sentados em um circulo, na sala, conversando. – Por que não gosta de ser chamado de “Uke”?
            – Mio, Mio... Você é realmente muito inocente. – Yuki disse, e riu baixinho, deixando a menininha confusa.
            – Uke é um termo usado para o passivo, em relações. No primário, aconteceu de Yutaka sem querer receber um beijo de um garoto, e começaram a chamá-lo de Uke no sentido malicioso, por causa disso. – Explicou Teru, entre risos baixinhos.
            – Woah... Entendi! – Sorriu, e em seguida Teru e Yuki se levantaram, indo no quarto buscar as coisas para o trabalho. – Yutaka-san, você já recebeu beijo de um menino, né? É bom?
            – Quer sentir como é, Mio? – Perguntou, e ficou ajoelhado na frente da garota, que estava sentadinha no chão e encostada no sofá.
            – Hai! – Disse, e logo sentiu o moreninho de covinhas se aproximar.


            Ele tocou os lábios macios e gostosos no dela. Tinham gosto de maçã verde, anotou ela em pensamento. Logo sentiu o garoto mover os lábios sobre os seus, e a língua contorná-los, e ela então, imaginou que deveria fazer – e como relataram várias vezes à ela – abriu os lábios, deixando a língua dele passar para dentro de sua boca. Era macia, e dava uma sensação parecida com cócegas, mas não chegava a ser isso. O beijo aprofundou-se, e ele movia a língua sobre a dela, que arriscava algumas vezes mover a sua, mesmo que de modo desajeitado. E logo se afastaram, com Mio levemente corada e Yutaka sorrindo.


            – E então, é bom, Mio-chan? – Perguntou, com uma voz em um tom totalmente diferente, sussurrado.
            – Muito! – Sorriu, levemente, e assim que ouviu passos o garoto se afastou, sentando. – Tem gosto de maçã verde e é quente!
            – Ah, sério? – Uke corou levemente, e coçou a nuca, sorrindo.
            – O que tem gosto de maçã verde? Eu quero! – Teru apareceu, com as cartolinas em mão e sentou-se. – Diz, eu quero!
            – Não pode! Vá comer uma maçã verde, se quer sentir gosto de maçã verde. – Disse o Yutaka, corado.
            – Malvado! – Resmungou Teru, emburrado e logo começaram a fazer o trabalho.


            Malditos gostos de maçã verde e saliva quente, deliciosos, que não saiam de sua boca por nada que fizesse. Ah sim, maldito beijo de Yutaka!



Notas Da Autora:


Mais um capitulo. *-* Shipper indefinido, ainda. Mas o primeiro beijo da fanfic - e da Kai - aconteceu. *-* Omg, acho que eu adoraria ser beijada pelo Uke. *-* Aliás, não chamarei o Yutaka de Kai, porque se não vai ficar muito "Kai" e eu vou me perder. u_u Obrigada a Saki Ryuugu por seguir o blog. <33 Até mais. Fui reler o capitulo, e vi que tinha alguns erros, e vi que acabei mudando Mio e Kai, destroquei agora. u_u UAHSAHS'

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