“Take the past, burn it up and let it go
Carry on, I’m stronger than you’ll ever know
That’s the deal, you get no respect
You’re gonna get yours, you better watch your fucking neck.”
“Pegue
o passado, queime-o e deixe-o ir
Continue, estou mais forte do que você
jamais saberá
Este é o acordo, você não consegue respeito
Você terá o seu. Melhor você cuidar do seu
maldito pescoço.”
Kai
respirou fundo e apanhou sua bolsa assim que a aula acabou e saiu apressada da
sala. Havia discutido com Mio, pois a garota se recusará a fazer trabalho em
dupla com Yuki, o que deixou o garoto um tanto chateado. E Kai tentará ajudar,
mas fora tratada com “sete pedras na mão” pela amiga. Mio pegou suas coisas,
estava em outra mesa, sozinha, e seguiu para fora da sala de aula. Passou as
mãos pelas madeixas ruivas e quando iria atravessar a rua, sentiu o seu pulso
ser segurado.
–
Mio... Minha mãe te convidou para jantar lá em casa hoje... – Yuki disse e
respirou fundo. – Irei te pegar as sete e meia, esteja pronta! – E em seguida,
seguiu seu caminho, acompanhado de Solar, que chamou-o.
Mio
seguiu para casa e chegou era cerca de seis e meia, havia tido “aulas” á tarde
também. Trocou de roupa lentamente, colocando um short de couro, velho e curtinho,
uma regata preta e por cima uma jaquetinha e nós pés, colocou uma rasteirinha.
Sua irmã estava deitada dormindo. Pegou o dinheiro que estava na calça justa
dela e guardou onde deveria estar. Ajeitou as poucas coisas dentro da minúscula
casa, e assim que deu sete e vinte saiu de dentro da casa. Sem esquecer de
deixar um bilhete para a irmã.
Sentou-se
no meio fio e ficou ali cerca de cinco minutos, até Yuki aparecer. Ele
sorriu-lhe, e ela se levantou. Seguiram em total silêncio até a casa do moreno
e entraram na mesma, e Mio não se surpreendeu muito ao notar que Solar também
estava ali. Sorriu de modo fraco.
– Mio
querida! – A mãe de Yuki apareceu, abraçando a menor. – Fiquei tão feliz quando
Yu-kun disse que vinha.
–
Obrigada pelo convite, senhora Kana. – Agradeceu Mio, passando as mãos pelos
cabelos ruivos.
– Essa
aqui é a... – Kana iria começar, olhando com desdém para Solar.
–
Solar, namorada de Yukio. – Completou a Kouchi, sorrindo fraco. – Estudamos na
mesma sala, não é mesmo, Solar?
– Sim,
mac... Mio! – Sorriu falsa e logo foram até a sala de estar.
– Então
Mio, como estão as coisas? As aulas de ginástica já começaram? – Perguntou
Kana, enquanto a empregada largava algumas xícaras na mesa.
–
Começou sim! – A ruiva assentiu, pegando uma xícara de chá. – É logo depois da
escola, quase todos os dias.
– Ah,
que bom então! – Kana assentiu. – E você Solar, o que faz?
– Huh,
eu sou líder de torcida. – A loira disse, convencida. – Já ganhei cinco
medalhas!
–
Interessante. – A mulher sorriu levemente. – Como estão as coisas com sua irmã,
Mio?
– Ah,
normais. Lana não tem ficado muito em casa, esses dias. – Deu de ombros e
sorriu de leve.
–
Amor... – Solar chamou numa voz manhosa enquanto Kana e Mio conversavam.
– Oi? –
Yuki virou o olhar para ela, e logo sentiu os lábios macios e lambuzados de
gloss da loira sobre os seus.
Mio viu
a cena e seu coração partiu-se em mil pedaços. Ou melhor, estava triturado.
Olhou a hora no relógio da parede, e levantou-se apressada. A atenção de todos
foram para a ruivinha, que estava com as bochechas levemente coradas, e não era
de vergonha e nem de raiva, e sim por segurar a vontade de chorar.
– Me
desculpe, mas eu lembrei que tenho compromisso, deixamos o jantar para outra
hora! – E saiu correndo até a porta, abriu-a e saiu, permitindo que as lágrimas
escorressem.
[...]
– Eu
estou indo, Ichiru. Não posso mais viver desse jeito. Será que dá para você
entender? – Yoko dizia. Carregava uma pequena bolsa consigo, que tinha o pouco
dinheiro que lhe restava, uma maçã e suas roupas e sapatos.
– Aqui
você tem tudo que precisa, Yoko! – Ichiru disse, segurando-a pelo pulso. – Não
custa nada ficar.
– Eu
tenho tudo que eu preciso á troco de algo. E pra mim chega disso. – Ela
virou-se e saiu pela porta da casa do vizinho.
Ela
perambulou pelas ruas até cansar-se, achando uma praça. Deitou-se num banco, apoiou
a cabeça sobre a pequena bolsa e dormiu. Ali mesmo, no frio, de modo
desconfortável e com o corpo ainda marcado de chupões, aliás, haviam sido
feitos a pouco tempo pelo seu ex-vizinho.
De
manhã, assim que o sol nasceu ela acordou-se. E quando sentou, notou três
pessoas paradas, analisando-as. O de faixa, o baixinho e Miwa. Ruki respirou
fundo, passou as mãos pelos cabelos e se afastou. Não conseguia ver os chupões
no corpo da amiga. Miwa e Reita sentaram-se ao lado da loirinha.
– O que
aconteceu dessa fez, Yoko? – Quem perguntou fora Miwa, acariciando os cabelos
da loirinha.
– Eu
tive que sair de casa! – Sussurrou baixinho e coçou de leve a nuca, de modo sem
graça.
– E
essas marcas? – Akira perguntou, analisando o pescoço de Yoko. – Parecem recentes.
– N-Não
são nada! – Disse cobrindo o local com a mão. – É alergia, eu já disse!
– Nós
sabemos que não é, Yoko. – Miwa revirou os olhos e respirou fundo. – Nenhum
idiota acredita nisso!
–
Enfim, vamos para a minha casa, você pode ficar por lá! – Disse Reita e Yoko se
levantou.
– Não
precisa! – Disse, passando as mãos pelos cabelos.
–
Precisa e você vai! – O de faixa disse, puxando a loirinha que cedeu. –
Takanori, vamos!
– Tudo
bem. – Takanori disse e, enquanto Miwa, Yoko e Akira iam mais a frente, ele ia
um tanto afastado, atrás.
Chegaram
na casa grande de Reita, e como esperado, seus pais não estavam em casa. E nem
voltariam tão cedo. Takanori passou a maior parte do tempo grudado em seu
celular luxuoso, fazendo alguma coisa. Yoko alimentou-se com comida descente
pela primeira vez, sem precisar fazer nada que não quisesse. E Akira juntamente
com Miwa, ficaram procurando o que fariam a tarde toda.
No fim,
até se divertiram. Assistiram filme, conversaram e a hora do jantar logo
chegou. Yoko nem sequer percebeu – estava feliz de mais para notar algo –
quando Akira logo arrumou a mesa, com diversas coisas para eles comerem. Chamou
todos para jantar, porém Ruki nem moveu-se; parecia hipnotizado pelo celular.
– Ruki,
você não vai jantar? – Perguntou Miwa, se aproximando e retirando o celular das
mãos do baixinho.
– Não
estou com fome. – Disse, os olhos enfurecidos encarando Miwa com desdém.
–
Passou a tarde toda grudado nessa merda! – Resmungou, colocando no bolso o
celular do menor. – Pelo menos sente com nós e converse.
[...]
Já na
rua, ainda estava Mio. Será que ainda era aquela “doença” que fazia ela sentir
aquela enorme dor dentro do coração, como se ele estivesse sendo esmagado? Que
fazia-a chorar tão intensamente que já estava se tornando impossível respirar?
Estava ali, no chão. Sentada no meio fio de uma calçada e esperando que a dor
finalmente passasse; azar o seu. A dor não passou, nem sequer aliviou.
Aumentou, enquanto flashs com Yuki e Solar passavam em sua mente. Estava
descontrolada e não sabia se podia suportar tamanha dor e incomodo no coração.
Notas da autora:
Aqui está, me perdoem a demora. Espero que gostem. sz