“Heart beats fast
Colors and promises
How to brave
How can I love when
I’m afraid to fall?
But watching you stand
alone
All of my doubt
suddenly goes away somehow
One step closer.”
“O coração bate
depressa
Cores e promessas
Como ser corajosa
Como posso amar
quando estou com medo de cair?
Mas vendo você
sozinho
Todas minhas duvidas
de repente vão embora de alguma forma
Um passo mais perto.”
Kai
acordou com o barulho de seu despertador velho e empoeirado. Encontrava-se em
um quarto pequeno, pequeno não... Minúsculo! Dormia em uma cama de ferro, com
um colchão de solteiro bem fino e duro, um travesseiro do mesmo estado, e com
roupas de cama rasgados. Havia um banquinho de madeira ao lado da cama, onde se
encontravam um despertador velho de metal, e dois reais –o único dinheiro que
possuíam aquele momento. Ao chão do quarto, tinha um outro colchão, também
fino, velho, sujo e duro, e com um travesseiro no mesmo estado, e sem roupas de
cama, era a cama que sua mãe dormia. Na parede debilitada e de madeira, havia
uma pequena “estante” com quatro prateleiras, de plástico, com algumas poucas
roupas.
Levantou-se
da cama, sentindo a dor em suas costas pelo desconforto, como em todas as
manhãs. Desligou o despertador e abriu a janela do quarto, deixando o sol
entrar –mesmo que ele entrasse de qualquer jeito pelos diversos buracos da
parede. Respirou fundo. Usava uma simples blusa branca com diversas manchas
amarelas, e um short largo do mesmo tom e manchado. Descalça, seguiu para fora
do pequeno quarto, e foi ao segundo –e penúltimo- cômodo da casa.
Era uma
espécie de cozinha. Tinha uma bancada, caindo aos pedaços, e praticamente vazia
–a não ser por algumas poucas panelas e pratos- e algumas gavetas com poucos
talheres. Um fogão –nunca mais ligado, pela falta de gás- e uma geladeira, sem
nada dentro a não ser água dentro de uma garrafa velha de refrigerante. E
apenas estava ligada, pois todo o dinheiro que recebiam –cerca de 100 reais por
mês- servia para pagar a conta de luz e água, e elas gastavam o mínimo
possível. Havia por ultimo, um armário acima da bancada, também caindo aos
pedaços, era onde deveria haver comida, mas nada tinha ali a não ser um pacote
vazio de pão velho.
Respirou
fundo, ao ver a mãe na janela que havia ali, olhando para o nada, e seguiu para
o banheiro. Despiu-se, e assim que fora ligar o chuveiro, a água simplesmente
não caiu. Indignada, a Namae colocou novamente suas roupas, e tentou ligar a
pia do simples banheiro, mas nada de água! Seguiu para a cozinha, desesperada.
–
Mãe... Não tem água! – Disse Kai, parada atrás da mãe, a um pouco de distância.
– É o primeiro dia na minha nova escola, não posso ir sem tomar banho e nem
escovar os dentes.
–
Hanako-san disse que você pode usar o banheiro dela, querida. – Nanae Ayana,
mãe de Kai, disse, virando-se para a filha. – Desculpe, o dinheiro deste mês
ainda não entrou!
– Tudo
bem. – Respirou fundo, e voltou ao banheiro, pegando sua toalha dura e rasgada,
e sua escova de dente velha. – Volto logo!
– Não
demore muito no banho, Kai. – Alertou sua mãe, antes de a mesma passar pela
porta. – Hanako-san tem sido muito gentil conosco, mas não podemos abusar.
Kai
saiu de dentro da casa pequena e simples, com a pintura azul toda descascada e
de aparência horrível. Passou pelo jardim mal cuidado e pequeno, abriu o portão
de ferro enferrujado, e saiu. Foi até a casa da vizinha, que não era rica,
porém ajudava-as em algumas coisas que podia. Com receio, a Namae viu que
Hanako já esperava-a no portão, com um sorriso doce nos lábios.
–
Kai-chan! Ah garota, está tão linda... – Disse, fitando os cabelos não tão
longos e castanhos da menina, e os olhos grandes e azuis, de pele pálida.
–
Hanako-san, obrigada por me deixar usar seu banheiro! – Disse, sentindo o beijo
da morena em sua testa. Hanako não era japonesa, como ela. Tinha pele escura,
cabelos cacheados e castanhos escuros, muito bonitos e olhos negros. – Prometo
que será rápido.
– Que
isso, garota... – Hanako riu, e as duas entraram. Hanako realmente gostava de
Kai, e davam-se muito bem juntas. – Pode demorar o tempo que quiser! Aliás, você
já comeu?
– Ah,
eu comi ontem de noite, antes de dormir! – Disse, com um sorriso contente em
seus lábios, e entrando na casa da mulher.
– Não
pode ir pra escola sem comer! Irei arrumar um café para você... – Disse,
enquanto ia para a cozinha, e Kai seguia para o banheiro.
Kai
entrou no banheiro, e tomou o banho mais rápido que conseguiu, com direito a
água quente, xampu, condicionador e sabonete cheiroso. Em seguida, escovou os
dentes, e vestiu a roupa que havia levado para vestir e ir para a escola: Uma
blusa de mangas longas preta, uma calça jeans surrada e rasgada, um blusão de
lã amarelo e grande, aliás, estava frio. E nos pés, o tênis velho e em mal
estado.
Pegou
suas roupas sujas e sua toalha, e saiu do banheiro timidamente, tendo remorso
de ter demorado de mais no banho. Mesmo que Hanako não parecesse se incomodar
com aquilo, ela tinha extrema vergonha. Largou suas roupas sobre o sofá,
cuidadosamente, como Hanako lhe indicara, e fora para a mesa da cozinha, onde
tinham algumas coisas como pão, chá e frutas.
–
Itadakimasu! – Disse baixinho e sorrindo de orelha a orelha. Fazia tempo que
não comia nada além de pão velho.
Hanako
olhava admirada a menina, tão jovem –de apenas 13 anos- comer com tamanha
admiração a comida, como se fosse algo raro. E na verdade, era algo raro mesmo,
Hanako sabia disso. Ela adorava ajudar a Namae, e realmente não importava-se de
a menina comer ali, tomar banho e as vezes até mesmo dormir e assistir
televisão ali. Por sua habilidade com pianos, a Namae acabou por ganhar uma
bolsa de estudos completa –com direito aos livros- numa das escolas mais
famosas do Japão.
Após a
mais nova comer comer, Hanako fez um bento¹, e entregou para a menina. E
também, ficou com as roupas sujas da mesma para lavar. Kai voltou para casa, e
mostrou orgulhosa para sua mãe o bento que havia ganhado. E por fim, pegou sua
bolsa, que a escola dava, certificando-se de que o singelo caderno, e suas
canetas estavam ali, então, acomodou o potinho dentro, e seguiu para a cozinha
novamente.
– Mãe,
eu vou indo, ou irei me atrasar! – Disse Kai, e beijou o rosto de sua mãe
carinhosamente. – Não se estresse tanto, e descanse.
– E
você, boa sorte na nova escola, faça bastantes amigos, comporte-se e se cuide
no caminho. – Alertou a mais velha, acompanhando a filha até o portão de casa.
[...]
Estava
sentada, sentindo-se um lixo em meio aqueles alunos ricos, que se achavam os
maiorais apenas por terem mais dinheiro. Mas de que adiantava dinheiro, se não
tinham inteligência? Seu nome era Kouchi Mio, seus cabelos eram ruivos
naturais, ondulados, seus olhos eram verdes e seu corpo era normal para sua
idade. Usava uma blusinha branca surrada, moletom cinza por cima, e calças
largas e surradas do mesmo tom, com chinelos nos pés.
Estava
cansada de estar rodeada por diversas pessoas idiotas, que achavam que o
dinheiro comprava tudo. A jovem Kouchi então, tornou seu olhar para o imenso
portão da escola, e lá entrava uma menina tão desajeitada quanto si, e vestida
não tão bem quanto aos outros. Seus cabelos eram castanhos, lisos e
desalinhados, olhos azuis. Ela parecia constrangida de estar ali, e aos poucos,
a garota se aproximou. Parando perto do banco em que Mio estava sentada.
– Posso
me sentar aqui? – Pediu, com as bochechas avermelhadas. Coisa que Mio achou
muito fofo.
–
Sinta-se a vontade! – A ruivinha disse, animada, e afastou sua bolsa para o
outro lado, dando espaço para Kai sentar. – Qual seu nome?
– Eu
sou Namae Kai! – Disse, animada, enquanto via alguns olhares tortos em sua
direção e da nova amiga. – E você, como se chama?
– Mio!
– Sorriu carinhosamente. – Kouchi Mio!
–
Olha... Não sabia que haviam aberto a escola para animais entrarem! – Disse uma
menina mais velha. Seus cabelos eram loiros e longos, os olhos grandes e
pretos, e seu corpo era farto.
– E eu
não sabia que uma escola tão requintada por ser uma das melhores do Japão, e
até do mundo, teriam pessoas que julgam deste modo! – Uma voz forte e masculina
ditou. Seus cabelos eram castanhos, lisos e grandes, em um penteado de visual
kei. E seus olhos, eram claros.
– Yuki?
– A menina loira perguntou, assustada, virando-se para o garoto. – N-Não foi
isso que eu quis dizer... Eu juro! Iria fazer amizade com elas...
– Mas
disse, Solar! – O menino parecia extremamente irritado. Respirou fundo. – Suma
da minha frente!
A loira
pareceu obedecer imediatamente ao que o tal Yuki disse. Ele estava muito bem
posto em uma calça jeans justa e clara, blusa de mangas longas branca,
impecável, com gola em vê. Ao lado deste, havia um outro garoto. Seus cabelos
eram grandes, e arrepiados, também em um estilo kei. Todo em tom de cinza,
exceto pela parte da frente, onde havia uma mecha preta na franja. Ele usava
uma calça jeans preta, justa. Blusa de mangas curtas do mesmo tom, e jaqueta de
couro por cima.
– Quais
são seus nomes? – Perguntou o de cabelos acinzentados. Seu ar não era de
superioridade, e sim, de indiferença.
– E-Eu
sou Kouchi Mio! – A ruiva disse, apressada e assustada. E um tanto quanto
abismada pela beleza dos meninos. Porém Kai não conseguia mover-se e nem dizer
algo.
– E a
senhorita? – Yuki abaixou-se, tocando de leve o queixo de Kai, que apareceu
finalmente acordar.
– Namae
Kai! – Respondeu, vendo Yuki voltar a se levantar.
–
Prazer em conhecê-las! – Disse o de cabelos castanhos. – Eu sou Yukio. Mas
podem me chamar de Yuki!
– E eu
sou Teruaki Yamashita. – Disse o outro, dando um sorriso de lado encantador. –
Qualquer coisa não hesitem em nos chamar!
Logo os
dois saíram dali. Deixando uma confusa Mio e uma corada Kai para trás. Mas
logo, todas as atenções foram para o portão de entrada. Havia um homem alto, de
cabelos loiros oxigenados e a parte de trás preta, com uma franja e a parte de
cima arrepiada. Sua pele era pálida, os lábios brilhosos, olhos castanhos e usava
uma faixa preta no nariz. Usava calça jeans justa e preta, cinto com taxas,
coturno nos pés, uma regata branca e por cima uma jaqueta de couro. Ele dava
medo...
Ao seu
lado, um garoto esguio, pele tão pálida quanto ao de faixa. Olhos mel, e
cabelos do mesmo tom, arrepiados. Usava uma blusa vermelha, e uma calça jeans
clara e justa, ressaltando as coxas bonitas dele. E ao seu lado, um moreno um
tanto mais baixo, com cabelos longos –até abaixo das orelhas– e lisos, olhos
escuros, lábios grossos e pele clarinha.
Mais
atrás, estava um que era mais baixo. Ele sorria animado, deixando a mostra as
covinhas. Seus cabelos eram negros, com uma franja, olhos negros, e assim como
os outros, usava uma maquiagem escura. Blusa social branca, colete preto e
calça jeans do mesmo tom.
E não
tardou para o sinal tocar, e logo todos entraram. A surpresa delas, foram duas:
Descobrir que as carteiras eram em duplas –nunca haviam visto aquele tipo de
carteiras, a não ser em filmes– e os garotos –tanto os que protegeram-nas quanto
os que entraram depois– eram de sua sala. Por fim, sentaram-se logo atrás da
mesa de Teruki e Yukio. Logo o professor entrou.
– Para
não atrasarmos a aula, vamos sem enrolar nos apresentar logo! – Disse
apressado, enquanto largava suas coisas nas mesas.
–
Suzuki Akira, porém podem me chamar de Reita, tenho 14 anos. – Disse o loiro de faixa, e logo voltou a
sentar-se. O menino sentado com ele fez o mesmo.
– Eu
sou Uke Yutaka, mas prefiro que me chamem de Kai. E tenho 13 anos. – Ditou o
menino das covinhas, voltando a sentar-se.
– Eu
sou Shiroyama Yuu. Porém, prefiro Aoi. – Disse, sorrindo de lado com os lábios
grossos e com piercing. – Tenho 14.
–
Takashima Kouyou, ou Uruha, como preferirem. – O de cabelos e olhos mel disse,
e logo sentou-se. – Tenho 13 anos.
– Eu me
chamo Yuuji Kamijo, tenho 15 anos! – Disse o garoto de cabelos um tanto longos
de mais, cacheados, e olhos mel.
– Eu
sou Miwa Masashi, tenho 14 anos. – Um garoto de cabelos lisos, pretos e olhos
claros ditou. Ele era extremamente bonito.
–
Teruaki Yamashita, mas podem me chamar de Teru. 15. – Disse, sem delongas e nem
importando-se em ser mais educado.
–
Yukio, ou Yuki, como preferirem. 13 anos. – O garoto disse, e virou-se para
trás, apenas para ver as meninas, tímidas, se apresentarem.
– E-Eu
sou Kouchi Mio. – A ruiva disse, e logo desviou o olhar daqueles que lhe
olhavam com nojo. – 14 anos! – E sentou-se novamente.
– Namae
Kai, tenho 13 anos. – E logo a menina de cabelos castanhos afundou-se em sua
cadeira, completamente corada.
A porta
se abriu, e duas pessoas passaram por esta após a autorização do professor. Uma
delas era uma menina, parecida até de mais com Solar, mas não era ela. Seus
cabelos eram loiros oxigenados, com algumas ondas, e uma franja na testa, olhos
grandes e pretos, pele pálida, e lábios vermelhos. E pelas suas roupas, ela
também parecia ser uma bolsista. E o outro era um menino baixo, cabelos loiros
oxigenados, arrepiados e com uma franja, estilo visual kei, olhos claros. Usava
um moletom branco, escrito algo sobre rock em letras vermelhas e calça jeans
justa e preta.
–
Atrasado, senhor Matsumoto Takanori!? – O professor respirou fundo, e balançou
a cabeça negativamente. – Sentem-se já, e se apresentem!
–
Matsumoto Takanori, tenho 15 anos. – Disse o baixinho. Sem delongas e em
seguida sentou-se.
– Eu
sou Hashirama Yoko e tenho 14 anos. – A loira disse e voltou a sentar-se,
respirando fundo.
– Ei,
Taka... – Alguém gritou, era Solar. – Qual é sua relação com essa macaca do seu
lado? Vocês até entraram juntos.
– Só
porque chegamos atrasados e no mesmo horário, temos que ser algo? – Resmungou o
Matsumoto, revirando os olhos. – Francamente Solar, vai se fuder.
–
Calados! E senhorita Parks, não se apresenta por quê? – O professor questionou,
curioso.
– Meu
nome é Solar Parks, tenho 16 anos! – Disse, parecendo estar orgulhosa de ter
aquela idade, e ainda estar no ultimo ano do fundamental.
– Sou
Cecília Di’Amonds, tenho 17 anos. – Uma menina de cabelos ruivos e olhos azuis
ditou, e voltou a sentar-se.
– Eu
sou Cassandra Mirellis. Tenho 14 anos. – Disse uma morena de olhos castanhos,
com um intenso ar de sedução.
– Kaito
Shiori, 13 anos. – O menino de cabelos curtos e vermelhos, com olhos azuis
disse.
– Pois
bem... Para se conhecerem melhor, irei formar quartetos para os trabalhos. –
Disse o professor, e começou a olhar o nome dos alunos. – Solar, Cassandra,
Cecília e Kaito farão trabalho sobre a cultura japonesa.
– Tem mesmo
que ser sobre a cultura japonesa, professor? – Cassandra, uma menina de cabelos
negros e olhos castanhos, perguntou. O professor decidiu ignorar, pela idiotice
da pergunta.
– Mio,
Teru, Yuki e Yutaka falarão sobre as guerras que ocorreram no mundo nos últimos
tempos. – Pausou, voltando a olhar os nomes. – Kai, Takanori, Akira e Miwa
falarão sobre a cultura antiga de Londres. – Olhou na direção dos alunos, que
anotavam tudo rapidamente. – E por fim... Yoko, Kouyou, Yuu e Kamijo falarão
sobre a cultura de cada país.
– Data
de entrega? – Perguntou Yuki, terminando de anotar e olhando para o professor.
– Uma
semana! – O homem ditou, severo, e logo tocou o sinal para o intervalo.
–
Querem passar o intervalo conosco? – O Yamashita perguntou, vendo as meninas
tirarem seus bentos das bolsas, e um sorriso se formou nos lábios de Kai, e ela
assentiu.
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